Oralismo No Final Do Século XX Perspectivas Sobre Surdez E Abordagens De Tratamento

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Introdução ao Oralismo e sua Evolução no Século XX

Oralismo, no contexto do final do século XX, representa muito mais do que um simples método de educação para pessoas surdas; é uma filosofia complexa que moldou profundamente as perspectivas sobre surdez e as abordagens de tratamento. Para entender a relevância do oralismo, é crucial mergulhar em suas raízes históricas e acompanhar sua evolução ao longo do século XX. O oralismo, em sua essência, é uma abordagem que enfatiza o uso da linguagem oral como meio primário de comunicação e educação para indivíduos surdos. Isso envolve o treinamento intensivo da fala, leitura labial e audição residual, buscando integrar os surdos à sociedade ouvinte. No século XX, o oralismo ganhou força como a principal metodologia de ensino para surdos em muitas partes do mundo, influenciando políticas educacionais e práticas pedagógicas. Essa abordagem se baseava na crença de que a linguagem oral era essencial para o sucesso acadêmico, profissional e social dos surdos. No entanto, o oralismo também enfrentou críticas significativas, especialmente em relação à sua exclusão da língua de sinais, que é a língua natural das comunidades surdas. As escolas oralistas, muitas vezes, proibiam o uso de sinais, o que resultava em um ambiente opressivo para muitos estudantes surdos. A história do oralismo é marcada por debates acalorados e transformações significativas. No final do século XX, o surgimento de novas perspectivas sobre surdez e o reconhecimento da importância da língua de sinais desafiaram a hegemonia do oralismo. A ascensão do bilinguismo, uma abordagem que valoriza tanto a língua de sinais quanto a língua oral, representou uma mudança paradigmática na educação de surdos. Essa abordagem reconhece que a língua de sinais é uma língua completa e natural, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos surdos. Além disso, o bilinguismo busca promover a integração dos surdos na sociedade ouvinte, ensinando a língua oral como uma segunda língua. Ao longo do século XX, o oralismo passou por diversas fases, desde sua ascensão como a principal abordagem educacional até o surgimento de abordagens mais inclusivas e bilíngues. Essa evolução reflete uma mudança mais ampla nas perspectivas sobre surdez, que passaram de um modelo médico, que via a surdez como uma deficiência a ser corrigida, para um modelo sociocultural, que valoriza a língua de sinais e a cultura surda. No entanto, o oralismo ainda persiste como uma abordagem relevante em muitos contextos, especialmente para aqueles que buscam desenvolver habilidades de comunicação oral. A escolha entre o oralismo e outras abordagens, como o bilinguismo, depende das necessidades, preferências e objetivos individuais de cada pessoa surda. A complexidade do oralismo reside em sua história multifacetada e em seu impacto duradouro na educação e na vida das pessoas surdas. Ao explorar o oralismo no final do século XX, é essencial considerar suas nuances, seus sucessos e suas limitações, bem como as perspectivas emergentes que desafiaram sua hegemonia. O objetivo final é promover uma educação inclusiva e equitativa para todos os surdos, respeitando sua identidade linguística e cultural. A compreensão da evolução do oralismo é fundamental para repensar as abordagens de tratamento e educação, buscando um futuro mais inclusivo e respeitoso para a comunidade surda. Ao longo deste artigo, vamos mergulhar mais profundamente nas diferentes facetas do oralismo, explorando suas práticas, seus desafios e suas transformações no final do século XX. Vamos examinar como o oralismo influenciou as políticas educacionais, as práticas pedagógicas e as vidas das pessoas surdas. Além disso, vamos analisar as críticas ao oralismo e as abordagens alternativas que surgiram, como o bilinguismo e a comunicação total. Ao final, esperamos fornecer uma visão abrangente e equilibrada do oralismo no contexto do final do século XX, contribuindo para um debate mais informado e construtivo sobre a educação de surdos. O desafio é construir um futuro onde todas as pessoas surdas tenham acesso a uma educação de qualidade, que respeite sua língua, sua cultura e sua identidade. A história do oralismo nos ensina que a educação de surdos é um campo complexo e dinâmico, que exige uma reflexão constante e um compromisso com a inclusão e a equidade. Ao explorar o passado, podemos aprender lições valiosas para o presente e para o futuro, construindo um mundo onde todas as pessoas, surdas ou ouvintes, possam prosperar e contribuir para a sociedade. O oralismo, com seus méritos e suas falhas, faz parte dessa história e merece ser compreendido em toda a sua complexidade. Ao fazer isso, podemos honrar o passado, enfrentar os desafios do presente e construir um futuro mais justo e inclusivo para todos.

A Filosofia por Trás do Oralismo: Integração e Normalização

A filosofia que sustenta o oralismo, especialmente no final do século XX, é intrinsecamente ligada aos conceitos de integração e normalização. O cerne do oralismo reside na crença de que a comunicação oral é a chave para a plena participação das pessoas surdas na sociedade ouvinte. Essa visão, embora carregada de boas intenções, muitas vezes negligencia a riqueza da cultura surda e a importância da língua de sinais. A integração, nesse contexto, é vista como a capacidade de um indivíduo surdo se assimilar ao mundo ouvinte, comunicando-se oralmente e seguindo as normas sociais estabelecidas. A normalização, por sua vez, refere-se ao esforço de fazer com que a pessoa surda se aproxime o máximo possível do padrão de um indivíduo ouvinte, tanto na fala quanto no comportamento. Essa busca pela normalização, embora possa parecer inclusiva à primeira vista, pode levar à negação da identidade surda e à supressão da língua de sinais, que é a língua natural da comunidade surda. O oralismo, como filosofia, influenciou profundamente as práticas educacionais e as políticas públicas relacionadas à surdez. As escolas oralistas, que eram comuns no século XX, se concentravam intensamente no treinamento da fala e na leitura labial, muitas vezes proibindo o uso de sinais em sala de aula. Essa abordagem resultava em um ambiente desafiador para muitos estudantes surdos, que se sentiam isolados e incompreendidos. A pressão para falar e ouvir, muitas vezes, obscurecia a necessidade de uma comunicação eficaz e da construção de uma identidade cultural forte. A filosofia oralista também se baseava na ideia de que a surdez era uma deficiência a ser corrigida ou minimizada. Essa perspectiva médica da surdez, embora tenha evoluído ao longo do tempo, ainda persiste em alguns contextos. A visão da surdez como uma deficiência pode levar à estigmatização e à discriminação, afetando a autoestima e o bem-estar das pessoas surdas. No entanto, é importante reconhecer que a filosofia oralista também teve seus defensores e seus sucessos. Muitos pais e educadores acreditavam que o oralismo era a melhor maneira de preparar os surdos para o mundo ouvinte, proporcionando-lhes as habilidades necessárias para o sucesso acadêmico e profissional. Além disso, alguns surdos oralizados relataram ter se beneficiado dessa abordagem, sentindo-se mais integrados e capazes de se comunicar com o mundo ouvinte. A complexidade da filosofia oralista reside em sua ambivalência. Por um lado, ela buscava promover a inclusão e a participação social dos surdos. Por outro lado, ela muitas vezes negligenciava a importância da língua de sinais e da cultura surda, o que podia resultar em alienação e sofrimento para muitos indivíduos. No final do século XX, a filosofia oralista começou a ser questionada e desafiada por novas perspectivas sobre surdez. O surgimento do bilinguismo, uma abordagem que valoriza tanto a língua de sinais quanto a língua oral, representou uma mudança paradigmática na educação de surdos. O bilinguismo reconhece que a língua de sinais é uma língua completa e natural, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos surdos. Além disso, o bilinguismo busca promover a integração dos surdos na sociedade ouvinte, ensinando a língua oral como uma segunda língua. A filosofia por trás do oralismo, com suas nuances e suas contradições, continua a influenciar o debate sobre a educação de surdos. É essencial compreender essa filosofia em sua totalidade, reconhecendo seus pontos fortes e seus pontos fracos, para construir um futuro mais inclusivo e respeitoso para a comunidade surda. A busca pela integração e pela normalização, que eram centrais para o oralismo, devem ser repensadas à luz das novas perspectivas sobre surdez. A inclusão verdadeira não significa assimilação, mas sim o respeito à diversidade e a valorização das diferenças. A filosofia oralista, com sua ênfase na comunicação oral, pode ser útil para alguns surdos, mas não deve ser imposta a todos. Cada indivíduo surdo tem o direito de escolher a abordagem educacional e comunicativa que melhor atenda às suas necessidades e preferências. O desafio é construir um sistema educacional que ofereça uma variedade de opções, permitindo que cada pessoa surda desenvolva seu potencial máximo. A filosofia por trás do oralismo nos lembra que a educação de surdos é um campo complexo e dinâmico, que exige uma reflexão constante e um compromisso com a inclusão e a equidade. Ao explorar o passado, podemos aprender lições valiosas para o presente e para o futuro, construindo um mundo onde todas as pessoas, surdas ou ouvintes, possam prosperar e contribuir para a sociedade.

Métodos e Técnicas do Oralismo: Treinamento da Fala e Leitura Labial

Os métodos e técnicas do oralismo, no final do século XX, eram focados intensamente no treinamento da fala e na leitura labial, com o objetivo de capacitar os surdos a se comunicarem oralmente e a compreenderem a fala de outras pessoas. Essa abordagem exigia um esforço considerável tanto dos educadores quanto dos alunos, e os resultados variavam amplamente. O treinamento da fala envolvia uma série de exercícios e técnicas destinados a ensinar os surdos a produzir sons, palavras e frases de forma clara e inteligível. Os educadores utilizavam métodos como a imitação, a repetição e a correção da pronúncia, muitas vezes utilizando recursos visuais e táteis para auxiliar no processo. A leitura labial, por sua vez, consistia em aprender a decifrar a fala observando os movimentos dos lábios, da língua e do rosto do falante. Essa habilidade exigia uma atenção minuciosa aos detalhes e uma grande capacidade de interpretação, já que muitos sons são visualmente semelhantes. As escolas oralistas, que eram comuns no século XX, dedicavam uma parte significativa do currículo ao treinamento da fala e à leitura labial. Os alunos passavam horas praticando esses métodos, muitas vezes em detrimento de outras áreas do conhecimento. O ambiente de sala de aula era frequentemente rigoroso e exigente, com ênfase na disciplina e na conformidade. Os métodos e técnicas do oralismo também envolviam o uso de aparelhos auditivos e outras tecnologias para amplificar o som e auxiliar na percepção da fala. Os aparelhos auditivos, embora tenham evoluído significativamente ao longo do tempo, eram frequentemente desconfortáveis e limitados em sua eficácia. No entanto, eles representavam uma ferramenta importante para muitos surdos que buscavam desenvolver habilidades de comunicação oral. O treinamento auditivo era outra parte fundamental do oralismo, buscando ensinar os surdos a utilizar sua audição residual para discriminar sons e palavras. Esse treinamento envolvia exercícios de percepção auditiva, identificação de sons e compreensão da fala em diferentes ambientes e condições. Os métodos e técnicas do oralismo, embora tenham sido eficazes para alguns surdos, também apresentavam limitações significativas. O treinamento da fala e a leitura labial exigiam um esforço considerável e nem todos os surdos conseguiam atingir um nível de proficiência satisfatório. Além disso, a leitura labial é uma habilidade complexa e ambígua, que depende de uma série de fatores, como a iluminação, a distância e a clareza da fala do falante. A ênfase excessiva no treinamento da fala e na leitura labial também podia levar à negligência de outras áreas importantes do desenvolvimento, como a linguagem, a cognição e a socialização. Muitos surdos que frequentavam escolas oralistas relataram ter se sentido frustrados e desmotivados pela dificuldade em dominar essas habilidades. No final do século XX, os métodos e técnicas do oralismo começaram a ser questionados e desafiados por novas abordagens educacionais. O surgimento do bilinguismo, que valoriza tanto a língua de sinais quanto a língua oral, representou uma alternativa promissora para muitos surdos. O bilinguismo reconhece que a língua de sinais é uma língua completa e natural, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos surdos. Além disso, o bilinguismo busca promover a integração dos surdos na sociedade ouvinte, ensinando a língua oral como uma segunda língua. Os métodos e técnicas do oralismo, com seus sucessos e suas limitações, continuam a influenciar o debate sobre a educação de surdos. É essencial compreender esses métodos em sua totalidade, reconhecendo seus pontos fortes e seus pontos fracos, para construir um futuro mais inclusivo e respeitoso para a comunidade surda. O treinamento da fala e a leitura labial podem ser úteis para alguns surdos, mas não devem ser impostos a todos. Cada indivíduo surdo tem o direito de escolher a abordagem educacional e comunicativa que melhor atenda às suas necessidades e preferências. O desafio é construir um sistema educacional que ofereça uma variedade de opções, permitindo que cada pessoa surda desenvolva seu potencial máximo. Os métodos e técnicas do oralismo nos lembram que a educação de surdos é um campo complexo e dinâmico, que exige uma reflexão constante e um compromisso com a inclusão e a equidade. Ao explorar o passado, podemos aprender lições valiosas para o presente e para o futuro, construindo um mundo onde todas as pessoas, surdas ou ouvintes, possam prosperar e contribuir para a sociedade.

Críticas ao Oralismo: Supressão da Língua de Sinais e Identidade Surda

As críticas ao oralismo, especialmente no final do século XX, se concentram na supressão da língua de sinais e no impacto negativo na identidade surda. Essa abordagem, que prioriza a comunicação oral em detrimento da língua de sinais, tem sido alvo de intensos debates e questionamentos. A principal crítica ao oralismo é que ele impede o desenvolvimento natural da linguagem em crianças surdas. A língua de sinais é a língua natural da comunidade surda, e é através dela que os surdos podem se comunicar de forma eficaz e expressar seus pensamentos e sentimentos. A supressão da língua de sinais, em escolas oralistas, muitas vezes resultava em atrasos no desenvolvimento da linguagem e em dificuldades de comunicação para muitos estudantes surdos. A proibição do uso de sinais em sala de aula criava um ambiente opressivo e alienante para muitos alunos, que se sentiam isolados e incompreendidos. A comunicação era difícil e frustrante, e muitos estudantes tinham dificuldade em acompanhar as aulas e em se relacionar com seus colegas. Além disso, a supressão da língua de sinais pode ter um impacto negativo na identidade surda. A língua de sinais é uma parte fundamental da cultura surda, e a negação dessa língua pode levar à perda da identidade cultural e à alienação da comunidade surda. A identidade surda é uma parte importante da autoimagem e do senso de pertencimento de muitos surdos, e a supressão dessa identidade pode ter consequências negativas para a saúde mental e emocional. O oralismo também tem sido criticado por sua visão da surdez como uma deficiência a ser corrigida ou minimizada. Essa perspectiva médica da surdez pode levar à estigmatização e à discriminação, afetando a autoestima e o bem-estar das pessoas surdas. A surdez não é uma deficiência, mas sim uma diferença linguística e cultural. A comunidade surda tem sua própria língua, cultura e história, e essa diversidade deve ser valorizada e respeitada. No final do século XX, as críticas ao oralismo ganharam força com o surgimento de novas perspectivas sobre surdez. O modelo sociocultural da surdez, que valoriza a língua de sinais e a cultura surda, ganhou popularidade e influenciou as políticas educacionais e as práticas pedagógicas. O bilinguismo, uma abordagem que valoriza tanto a língua de sinais quanto a língua oral, surgiu como uma alternativa promissora ao oralismo. O bilinguismo reconhece que a língua de sinais é uma língua completa e natural, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos surdos. Além disso, o bilinguismo busca promover a integração dos surdos na sociedade ouvinte, ensinando a língua oral como uma segunda língua. As críticas ao oralismo nos lembram que a educação de surdos é um campo complexo e dinâmico, que exige uma reflexão constante e um compromisso com a inclusão e a equidade. A supressão da língua de sinais e o impacto negativo na identidade surda são questões sérias que devem ser abordadas de forma responsável e ética. A língua de sinais é um direito humano fundamental, e todas as pessoas surdas têm o direito de aprender e usar essa língua. A educação de surdos deve ser bilíngue e bicultural, valorizando tanto a língua de sinais quanto a língua oral, e respeitando a identidade surda e a cultura surda. O desafio é construir um sistema educacional que ofereça uma variedade de opções, permitindo que cada pessoa surda desenvolva seu potencial máximo. A inclusão verdadeira não significa assimilação, mas sim o respeito à diversidade e a valorização das diferenças. As críticas ao oralismo nos ensinam que a educação de surdos deve ser centrada na pessoa, respeitando suas necessidades, preferências e objetivos individuais. Ao explorar o passado, podemos aprender lições valiosas para o presente e para o futuro, construindo um mundo onde todas as pessoas, surdas ou ouvintes, possam prosperar e contribuir para a sociedade.

Abordagens Alternativas: Bilinguismo e Comunicação Total

As abordagens alternativas ao oralismo, como o bilinguismo e a comunicação total, ganharam destaque no final do século XX como respostas às críticas à supressão da língua de sinais e à negligência da identidade surda. Essas abordagens buscam promover uma educação mais inclusiva e equitativa para os surdos, valorizando tanto a língua de sinais quanto a língua oral, e respeitando a cultura surda. O bilinguismo, em sua essência, é uma abordagem que reconhece a língua de sinais como a língua natural dos surdos e a língua oral como uma segunda língua a ser aprendida. Essa abordagem se baseia na crença de que os surdos podem desenvolver habilidades linguísticas plenas tanto na língua de sinais quanto na língua oral, e que ambas as línguas são importantes para o sucesso acadêmico, profissional e social. O bilinguismo valoriza a língua de sinais como uma língua completa e natural, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos surdos. A língua de sinais é a língua da comunidade surda, e é através dela que os surdos podem se comunicar de forma eficaz e expressar seus pensamentos e sentimentos. O bilinguismo também reconhece a importância da língua oral para a integração dos surdos na sociedade ouvinte. A língua oral é a língua da maioria da população, e o domínio dessa língua pode facilitar a comunicação e a interação com os ouvintes. No entanto, o bilinguismo não impõe a língua oral como a única forma de comunicação, mas sim como uma opção adicional para os surdos que desejam aprendê-la. A comunicação total é outra abordagem alternativa ao oralismo, que busca utilizar todos os meios de comunicação disponíveis para facilitar a comunicação com os surdos. Essa abordagem inclui a língua de sinais, a fala, a leitura labial, a escrita, os gestos e outras formas de comunicação. A comunicação total se baseia na crença de que a comunicação é mais importante do que a forma como ela é realizada, e que todos os meios de comunicação devem ser utilizados para garantir que a mensagem seja transmitida e compreendida. A comunicação total pode ser uma abordagem útil para surdos que têm diferentes níveis de habilidade em diferentes formas de comunicação. Essa abordagem permite que os surdos utilizem as formas de comunicação que são mais eficazes para eles, e que recebam informações de diferentes maneiras. As abordagens alternativas ao oralismo representam uma mudança paradigmática na educação de surdos. Essas abordagens reconhecem que a surdez não é uma deficiência a ser corrigida, mas sim uma diferença linguística e cultural a ser valorizada. A comunidade surda tem sua própria língua, cultura e história, e essa diversidade deve ser respeitada e celebrada. As abordagens alternativas ao oralismo também enfatizam a importância da participação dos surdos na tomada de decisões sobre sua educação. Os surdos são os especialistas em sua própria experiência, e suas vozes devem ser ouvidas e consideradas. A educação de surdos deve ser centrada na pessoa, respeitando suas necessidades, preferências e objetivos individuais. O desafio é construir um sistema educacional que ofereça uma variedade de opções, permitindo que cada pessoa surda desenvolva seu potencial máximo. A inclusão verdadeira não significa assimilação, mas sim o respeito à diversidade e a valorização das diferenças. As abordagens alternativas ao oralismo nos ensinam que a educação de surdos é um campo complexo e dinâmico, que exige uma reflexão constante e um compromisso com a inclusão e a equidade. Ao explorar o passado, podemos aprender lições valiosas para o presente e para o futuro, construindo um mundo onde todas as pessoas, surdas ou ouvintes, possam prosperar e contribuir para a sociedade. O bilinguismo e a comunicação total são exemplos de abordagens que buscam promover a inclusão e a equidade na educação de surdos. Essas abordagens valorizam a língua de sinais, respeitam a cultura surda e oferecem uma variedade de opções para os surdos desenvolverem suas habilidades comunicativas. A escolha da melhor abordagem educacional para um surdo depende de suas necessidades, preferências e objetivos individuais. É importante que os pais, educadores e surdos trabalhem juntos para determinar a abordagem mais adequada para cada situação. A educação de surdos deve ser um processo colaborativo, que envolva todos os interessados. As abordagens alternativas ao oralismo representam um avanço significativo na educação de surdos. Essas abordagens reconhecem a importância da língua de sinais, respeitam a cultura surda e oferecem uma variedade de opções para os surdos desenvolverem suas habilidades comunicativas e seu potencial máximo.

O Legado do Oralismo e o Futuro da Educação de Surdos

O legado do oralismo, no final do século XX, é complexo e multifacetado, influenciando profundamente o futuro da educação de surdos. Essa abordagem, que priorizou a comunicação oral em detrimento da língua de sinais, deixou marcas significativas nas vidas de muitas pessoas surdas e no campo da educação especial. Para compreendermos o futuro da educação de surdos, é crucial analisarmos criticamente o legado do oralismo, reconhecendo seus méritos e suas limitações. O oralismo, em sua busca pela integração e normalização dos surdos na sociedade ouvinte, promoveu o desenvolvimento de habilidades de fala e leitura labial. Para alguns surdos, essa abordagem foi bem-sucedida, permitindo-lhes comunicar-se oralmente e participar mais plenamente da sociedade. No entanto, para muitos outros, o oralismo resultou em frustração, isolamento e dificuldades de comunicação. A supressão da língua de sinais, que era uma prática comum nas escolas oralistas, privou muitos surdos de sua língua natural e de sua cultura. A língua de sinais é a língua da comunidade surda, e é através dela que os surdos podem se comunicar de forma eficaz e expressar seus pensamentos e sentimentos. A negação dessa língua pode ter um impacto negativo na identidade surda e no desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos surdos. O legado do oralismo também inclui uma visão da surdez como uma deficiência a ser corrigida ou minimizada. Essa perspectiva médica da surdez pode levar à estigmatização e à discriminação, afetando a autoestima e o bem-estar das pessoas surdas. No entanto, a surdez não é uma deficiência, mas sim uma diferença linguística e cultural. A comunidade surda tem sua própria língua, cultura e história, e essa diversidade deve ser valorizada e respeitada. No futuro da educação de surdos, é essencial que o legado do oralismo seja abordado de forma crítica e construtiva. Devemos aprender com os erros do passado e construir um sistema educacional que seja mais inclusivo, equitativo e respeitoso com a diversidade linguística e cultural. O bilinguismo, que valoriza tanto a língua de sinais quanto a língua oral, representa uma abordagem promissora para o futuro da educação de surdos. O bilinguismo reconhece que a língua de sinais é uma língua completa e natural, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos surdos. Além disso, o bilinguismo busca promover a integração dos surdos na sociedade ouvinte, ensinando a língua oral como uma segunda língua. No futuro, a educação de surdos deve ser centrada na pessoa, respeitando suas necessidades, preferências e objetivos individuais. Cada surdo é único, e sua educação deve ser adaptada às suas necessidades específicas. Os pais, educadores e surdos devem trabalhar juntos para determinar a melhor abordagem educacional para cada situação. A inclusão verdadeira não significa assimilação, mas sim o respeito à diversidade e a valorização das diferenças. O futuro da educação de surdos também depende da disponibilidade de recursos e serviços adequados. As escolas devem ter profissionais qualificados em língua de sinais e em educação bilíngue, e devem oferecer acesso a tecnologias assistivas e a outros recursos que possam facilitar a aprendizagem. Além disso, é importante que a sociedade como um todo se torne mais consciente e inclusiva em relação aos surdos. A língua de sinais deve ser reconhecida e valorizada, e os surdos devem ter acesso igualitário a todas as oportunidades. O legado do oralismo nos lembra que a educação de surdos é um campo complexo e dinâmico, que exige uma reflexão constante e um compromisso com a inclusão e a equidade. Ao explorar o passado, podemos aprender lições valiosas para o presente e para o futuro, construindo um mundo onde todas as pessoas, surdas ou ouvintes, possam prosperar e contribuir para a sociedade. O futuro da educação de surdos é promissor, mas exige um esforço contínuo de todos os interessados. Devemos trabalhar juntos para construir um sistema educacional que seja mais inclusivo, equitativo e respeitoso com a diversidade linguística e cultural. Ao fazermos isso, estaremos honrando o legado do oralismo e construindo um futuro melhor para os surdos.