Geração De Negociação Na Avaliação Segundo Guba E Lincoln

by Scholario Team 58 views

Hey guys! Se você está se perguntando o que é essa tal de "geração de negociação" na avaliação, conforme os mestres Guba e Lincoln descreveram lá em 1989, você veio ao lugar certo. Vamos mergulhar nesse conceito e entender como ele se destaca das abordagens de avaliação que vieram antes. Prepare-se para uma jornada fascinante pelo mundo da avaliação!

Entendendo a Geração de Negociação na Avaliação

Guba e Lincoln e as Gerações de Avaliação

Guba e Lincoln, dois nomes de peso no campo da avaliação, propuseram um modelo de gerações de avaliação que nos ajuda a entender a evolução desse campo ao longo do tempo. A geração de negociação é a quarta geração desse modelo, e ela representa uma mudança radical em relação às abordagens anteriores. Para entender essa mudança, é importante conhecer as gerações que a precederam.

As Gerações Anteriores: Uma Breve Revisão

Antes de chegarmos à geração de negociação, tivemos outras três gerações de avaliação:

  1. Primeira Geração: A Era da Medição

    • Nessa época, a avaliação era focada principalmente na medição de resultados. O objetivo era determinar se os programas estavam atingindo seus objetivos de forma eficiente. A abordagem era quantitativa, com ênfase em testes e estatísticas. Imagine como se estivéssemos medindo o sucesso de um bolo apenas pelo seu tamanho, sem considerar o sabor ou a textura! Os avaliadores eram vistos como juízes, emitindo veredictos sobre o valor dos programas.
  2. Segunda Geração: A Era da Descrição

    • A segunda geração trouxe uma mudança de foco para a descrição detalhada dos programas. Os avaliadores buscavam entender o que estava acontecendo nos programas, como eles funcionavam e quais eram seus componentes. Era como se estivéssemos agora descrevendo os ingredientes e o modo de preparo do bolo, além do tamanho. Essa geração valorizava abordagens qualitativas, como entrevistas e observações, para capturar a complexidade dos programas. Os avaliadores atuavam como repórteres, documentando o que viam e ouviam.
  3. Terceira Geração: A Era do Julgamento

    • A terceira geração combinou a medição e a descrição, mas adicionou um elemento crucial: o julgamento de valor. Os avaliadores não apenas mediam e descreviam, mas também emitiam juízos sobre a qualidade e o mérito dos programas. Era como se, depois de medir o tamanho e descrever os ingredientes do bolo, finalmente provássemos e déssemos nossa opinião sobre o sabor! Essa geração envolveu padrões e critérios para orientar os julgamentos, e os avaliadores eram vistos como juízes com conhecimento especializado.

A Quarta Geração: A Geração de Negociação

Agora, chegamos à estrela do nosso artigo: a geração de negociação. Essa geração representa uma ruptura com as abordagens anteriores, pois coloca o foco na negociação e no consenso entre os stakeholders (as pessoas envolvidas ou afetadas pelo programa). Mas o que isso significa na prática?

  • Foco nos Stakeholders: A geração de negociação reconhece que diferentes stakeholders podem ter diferentes perspectivas e valores em relação a um programa. Em vez de impor um único julgamento de valor, essa abordagem busca entender e negociar essas diferentes perspectivas.
  • Processo Participativo: A avaliação se torna um processo participativo, no qual os stakeholders são ativamente envolvidos na definição das questões de avaliação, na coleta de dados e na interpretação dos resultados. É como se todos os convidados da festa pudessem dar sua opinião sobre o bolo e participar da decisão sobre qual é o melhor bolo.
  • Construção de Consenso: O objetivo final da avaliação não é apenas emitir um julgamento, mas construir consenso entre os stakeholders sobre o valor e o mérito do programa. Isso pode envolver a identificação de áreas de acordo e desacordo, a negociação de compromissos e a busca por soluções que atendam às necessidades de todos.
  • Avaliador como Facilitador: O papel do avaliador muda drasticamente nessa geração. Em vez de ser um juiz ou um repórter, o avaliador se torna um facilitador, que ajuda os stakeholders a se comunicarem, a negociarem e a chegarem a um consenso.

Como a Geração de Negociação se Diferencia das Anteriores?

Para deixar ainda mais claro, vamos comparar a geração de negociação com as anteriores:

Característica Primeira Geração (Medição) Segunda Geração (Descrição) Terceira Geração (Julgamento) Quarta Geração (Negociação)
Foco Resultados Descrição Julgamento Negociação
Abordagem Quantitativa Qualitativa Mista Participativa
Papel do Avaliador Juiz Repórter Juiz com Expertise Facilitador
Objetivo Final Medir resultados Descrever o programa Julgar o valor Construir consenso
Envolvimento Stake. Mínimo Moderado Moderado Máximo

Como podemos ver, a geração de negociação é única em seu foco na participação dos stakeholders e na construção de consenso. Ela reconhece que a avaliação não é apenas um processo técnico, mas também um processo político e social.

Por que a Geração de Negociação é Importante?

Você pode estar se perguntando: por que essa abordagem é tão importante? Bem, a geração de negociação oferece várias vantagens:

  • Maior Relevância: Ao envolver os stakeholders, a avaliação se torna mais relevante para suas necessidades e preocupações.
  • Maior Utilização: Os resultados da avaliação têm maior probabilidade de serem utilizados se os stakeholders se sentirem donos do processo.
  • Maior Legitidade: A avaliação é vista como mais legítima quando todos têm a oportunidade de participar e expressar suas opiniões.
  • Maior Aprendizagem: O processo de negociação e consenso pode levar a uma maior compreensão e aprendizagem sobre o programa.

Críticas e Desafios da Geração de Negociação

É claro que a geração de negociação também enfrenta algumas críticas e desafios:

  • Consumo de Tempo: O processo participativo pode ser demorado e exigir muitos recursos.
  • Dificuldade de Consenso: Nem sempre é fácil chegar a um consenso entre stakeholders com diferentes interesses e valores.
  • Risco de Manipulação: Há o risco de que alguns stakeholders dominem o processo e manipulem os resultados.
  • Subjetividade: A ênfase na negociação pode levar a resultados subjetivos e difíceis de generalizar.

No entanto, esses desafios não diminuem a importância da geração de negociação. Eles apenas mostram que essa abordagem requer um planejamento cuidadoso, uma facilitação habilidosa e uma atenção constante à dinâmica do grupo.

Conclusão

E aí, pessoal! Espero que agora vocês tenham uma compreensão clara do que é a geração de negociação na avaliação, conforme descrita por Guba e Lincoln. Essa abordagem representa uma evolução significativa no campo da avaliação, com um foco na participação dos stakeholders, na negociação e na construção de consenso. Embora enfrente desafios, a geração de negociação oferece um caminho promissor para avaliações mais relevantes, úteis e legítimas. Então, da próxima vez que você ouvir falar sobre avaliação, lembre-se: não se trata apenas de medir e julgar, mas de conversar, negociar e construir juntos!