A Influência Da Estética Como 'Filosofia Do Belo' De Ariano Suassuna Na Percepção Da Beleza
Introdução
A definição de Estética proposta por Ariano Suassuna, que a considera como a "Filosofia do Belo", oferece uma perspectiva singular e instigante sobre a maneira como percebemos e avaliamos a beleza em diversas manifestações artísticas e objetos do nosso dia a dia. Essa concepção, enraizada na valorização da cultura popular e nas tradições nordestinas brasileiras, nos convida a repensar os padrões estéticos convencionais e a ampliar nosso olhar para as diferentes formas de beleza que nos cercam. Ao explorarmos essa definição, somos levados a questionar se a beleza reside apenas nos cânones clássicos ou se pode ser encontrada também na simplicidade, na autenticidade e na expressividade das manifestações culturais populares. A estética, enquanto ramo da filosofia, busca compreender a natureza da beleza e do gosto, investigando os princípios que regem a criação e a apreciação das obras de arte. A proposta de Suassuna, ao enfatizar o belo como o cerne da estética, nos direciona a uma análise mais profunda do que consideramos belo e dos fatores que influenciam nossa percepção estética. Neste artigo, vamos explorar como essa definição pode influenciar nossa forma de apreciar a beleza em diferentes contextos, desde as obras de arte consagradas até os objetos do cotidiano, considerando a riqueza e a diversidade das expressões culturais.
A Estética como Filosofia do Belo Segundo Ariano Suassuna
Para compreendermos a influência da definição de Estética como "Filosofia do Belo" proposta por Ariano Suassuna, é fundamental mergulharmos no contexto de sua obra e de seu pensamento. Suassuna, um dos maiores expoentes da literatura brasileira, foi um defensor da cultura popular e um crítico dos padrões estéticos eurocêntricos que muitas vezes marginalizam as manifestações artísticas locais. Sua visão de estética está intrinsecamente ligada à sua paixão pelo Nordeste, suas tradições, seus personagens e suas histórias. Ao definir a Estética como a "Filosofia do Belo", Suassuna não se limita a uma concepção clássica de beleza, pautada em critérios formais e idealizados. Ele amplia o conceito, incorporando elementos como a expressividade, a autenticidade, a originalidade e a ligação com a cultura popular. Para Suassuna, o belo não está restrito às obras de arte consagradas ou aos objetos luxuosos. Ele pode ser encontrado também nas manifestações artísticas simples, nas festas populares, nos cordéis, nas esculturas de barro, na música e na dança do povo nordestino. Essa valorização da cultura popular como fonte de beleza é um dos pilares da estética de Suassuna. Ele acreditava que a arte popular, por ser autêntica e expressiva, possui uma beleza intrínseca que muitas vezes é ignorada ou subestimada pelos padrões estéticos dominantes. Ao compreendermos a Estética como a "Filosofia do Belo" sob a perspectiva de Suassuna, somos convidados a expandir nosso olhar e a apreciar a beleza em suas múltiplas formas, reconhecendo o valor estético das manifestações culturais populares e a importância de valorizar a diversidade cultural em nossas avaliações estéticas.
O Impacto na Percepção de Obras de Arte
A definição de Estética como "Filosofia do Belo" proposta por Ariano Suassuna tem um impacto significativo na forma como percebemos e avaliamos as obras de arte. Ao invés de nos apegarmos a critérios estéticos preestabelecidos e muitas vezes limitantes, somos convidados a abrir nossos sentidos e nossa sensibilidade para a diversidade de expressões artísticas. Essa perspectiva nos permite apreciar obras que talvez não se encaixem nos cânones clássicos de beleza, mas que possuem um valor estético intrínseco, seja pela sua originalidade, pela sua expressividade ou pela sua ligação com a cultura e com a identidade de um povo. Ao analisarmos uma pintura, por exemplo, podemos ir além da técnica e da representação fiel da realidade, buscando identificar a emoção transmitida, a história contada, a mensagem que o artista deseja comunicar. Uma obra de arte pode ser considerada bela não apenas pela sua perfeição formal, mas também pela sua capacidade de nos tocar, de nos emocionar, de nos fazer refletir. Da mesma forma, ao apreciarmos uma escultura, podemos valorizar não apenas a forma e o material, mas também a expressividade da figura, a força da mensagem, a representação de uma cultura ou de uma época. A estética de Suassuna nos ensina a olhar para a arte com um olhar mais humano, mais sensível, mais conectado com a vida e com a cultura. Essa abordagem nos permite descobrir a beleza em obras que antes poderiam passar despercebidas, ampliando nosso repertório estético e enriquecendo nossa experiência como apreciadores de arte. Ao adotarmos essa perspectiva, somos capazes de valorizar tanto as obras consagradas quanto as manifestações artísticas populares, reconhecendo a importância de cada uma na construção da nossa identidade cultural.
A Beleza nos Objetos do Cotidiano
A influência da Estética como "Filosofia do Belo" de Ariano Suassuna não se restringe apenas à apreciação de obras de arte. Ela se estende também à nossa percepção da beleza nos objetos do cotidiano. Ao invés de buscarmos a beleza apenas em objetos luxuosos ou sofisticados, somos convidados a valorizar a beleza nas coisas simples, nas formas e cores que nos cercam, nos materiais e texturas que nos tocam. Um objeto do cotidiano pode ser considerado belo não apenas pela sua funcionalidade, mas também pela sua forma, pela sua cor, pela sua textura, pela sua história. Uma xícara de café, por exemplo, pode ser apreciada não apenas pela sua utilidade, mas também pelo seu design, pela sua cor, pelo material de que é feita, pela sensação que ela nos proporciona ao segurá-la. Da mesma forma, um móvel antigo pode ser valorizado não apenas pela sua funcionalidade, mas também pela sua história, pela sua beleza desgastada pelo tempo, pela memória que ele carrega. A estética de Suassuna nos ensina a olhar para o mundo ao nosso redor com um olhar mais atento, mais sensível, mais apreciativo. Essa abordagem nos permite descobrir a beleza em lugares inesperados, nos objetos mais simples, nas situações mais corriqueiras. Ao adotarmos essa perspectiva, somos capazes de transformar nosso cotidiano em uma fonte constante de prazer estético, enriquecendo nossa vida com a beleza que nos cerca. Essa valorização da beleza nos objetos do cotidiano nos leva a repensar nossos hábitos de consumo, a dar mais valor aos objetos duráveis e significativos, a apreciar a beleza da simplicidade e a evitar o consumismo desenfreado. Ao invés de buscarmos a felicidade em objetos novos e caros, podemos encontrar a beleza e o prazer nas coisas que já temos, nos objetos que nos contam histórias, nos objetos que nos conectam com nossas raízes e com nossa identidade.
A Diversidade Cultural e a Percepção da Beleza
Um dos aspectos mais importantes da definição de Estética como "Filosofia do Belo" de Ariano Suassuna é a valorização da diversidade cultural na percepção da beleza. Suassuna, como defensor da cultura popular nordestina, nos ensina a apreciar a beleza nas diferentes manifestações culturais, reconhecendo o valor estético de cada uma. Ao invés de nos apegarmos a padrões estéticos universais e homogeneizadores, somos convidados a valorizar a beleza nas particularidades de cada cultura, nas suas tradições, nos seus costumes, nas suas formas de expressão. A beleza pode ser encontrada na música, na dança, na culinária, no artesanato, na arquitetura, nas festas populares, nas roupas e nos adornos de cada cultura. Cada manifestação cultural possui uma beleza única, que reflete a história, os valores, as crenças e os costumes de um povo. A estética de Suassuna nos ensina a olhar para as diferentes culturas com um olhar respeitoso e apreciativo, reconhecendo a riqueza e a diversidade da beleza humana. Essa abordagem nos permite ampliar nossos horizontes estéticos, enriquecer nossa experiência cultural e combater o preconceito e a discriminação. Ao valorizarmos a diversidade cultural na percepção da beleza, estamos contribuindo para a construção de um mundo mais justo, mais igualitário e mais tolerante. Essa valorização nos leva a questionar os padrões estéticos dominantes, muitas vezes eurocêntricos, que marginalizam as culturas não ocidentais. Ao invés de impormos nossos padrões de beleza a outras culturas, devemos aprender a apreciar a beleza em suas próprias formas, reconhecendo o valor estético de cada uma. Essa atitude nos permite construir um diálogo intercultural mais rico e produtivo, em que cada cultura possa expressar sua beleza e compartilhar sua sabedoria.
Conclusão
A definição de Estética como "Filosofia do Belo" proposta por Ariano Suassuna representa um valioso contributo para a nossa compreensão da beleza e da sua importância na vida humana. Ao valorizar a cultura popular, a diversidade cultural e a expressividade artística, Suassuna nos convida a repensar os padrões estéticos convencionais e a abrir nossos olhos para a beleza que nos cerca. Essa perspectiva nos permite apreciar a beleza nas obras de arte, nos objetos do cotidiano e nas diferentes manifestações culturais, enriquecendo nossa experiência estética e ampliando nossa visão de mundo. A estética de Suassuna nos ensina que a beleza não está restrita aos cânones clássicos ou aos objetos luxuosos. Ela pode ser encontrada também na simplicidade, na autenticidade e na expressividade das manifestações culturais populares. Ao adotarmos essa perspectiva, somos capazes de valorizar a diversidade cultural, combater o preconceito e a discriminação e construir um mundo mais justo e igualitário. Ao compreendermos a Estética como a "Filosofia do Belo" sob a perspectiva de Suassuna, somos convidados a expandir nosso olhar e a apreciar a beleza em suas múltiplas formas, reconhecendo o valor estético das manifestações culturais populares e a importância de valorizar a diversidade cultural em nossas avaliações estéticas. Essa abordagem nos permite construir um diálogo intercultural mais rico e produtivo, em que cada cultura possa expressar sua beleza e compartilhar sua sabedoria, enriquecendo o nosso entendimento sobre o mundo e sobre nós mesmos.